sexta-feira, novembro 10, 2006


Greve Nacional da Administração Pública

Trabalhadores unidos rejeitam
prepotência do Governo


Os trabalhadores da Administração Pública deram hoje um sinal claro da sua determinação e da sua unidade em torno do descontentamento, angústia e instabilidadeque vivem na sua vida pessoal e profissional face à política prepotente do Governo para o sector, ao aderirem em grande escala à Greve convocada para hoje e que continuará amanhã.


Sempre prontos para a mudança e para participar activamente numa política verdadeiramente reformista e não apenas com preocupações economicistas, empenhados em melhorar as suas condições de trabalho e os serviços que zelosamente prestam às populações, os trabalhadores não podem aceitar que o Governo tenha simulado um processo negocial, utilizando a imposição como forma de proceder às exigências que os trabalhadores vêm fazendo no que respeita à reforma e à reestruturação da Administração Pública.


Com esta Greve, os trabalhadores exigem que o Primeiro-ministro e o Governo por ele liderado, deixe de diabolizar os trabalhadores, dando sinais de que pretende contar com todos eles para um verdadeiro e significativo esforço de mudança. Nunca nenhuma reforma será conseguida com atitudes musculadas, desrespeitando os mais elementares direitos de negociação e de participação no processo legislativo.


Um envolvimento que não passa por aumentos salariais insultuosos, pelo aumento dos descontos para a ADSE, pelo corte de direitos na aposentação, pela criação de quadros de supranumerários visando colocar na prateleira milhares de trabalhadores e muito provavelmente, futuros despedimentos nem tão pouco por dois anos consecutivos de congelamento das progressões.


Por outro lado, com esta significativa adesão, os trabalhadores não aceitam que seja anunciada a existência de supranumerários em serviços onde cresce a precaridade e sem que se conheçam as efectivas necessidades permanentes de serviços, sendo certa a falta de trabalhadores em sectores tão essenciais como a saúde ou a educação.


Em suma, os trabalhadores não aceitam continuar a fazer sacrifícios enquanto o Governo gasta “à tripa-forra” em estudos e projectos encomendados a privados e com resultados duvidosos, passando um atestado de menoridade e incapacidade à competência dos técnicos e serviços da Administração Pública.


Lisboa, 9 de Novembro de 2006

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