LISBOA
Comunicado aos Órgãos da Comunicação Social
Fevereiro 2007
A grande mentira
Vista parcial do local do novo Aeroporto da Ota !!!
O actual governo Socialista decidiu executar duas grandes obras verdadeiramente faraónicas: uma nova linha para o TGV e o Aeroporto da OTA.
Começamos hoje por analisar o caso do Aeroporto da OTA.
Os seus custos previstos são de 3,1 mil milhões de euros dos quais o Estado financia 430 milhões de euros o que irá representar um esforço até 2017 um pouco acima de 40 milhões de euros por ano.
Os impostos de todos os portugueses é que vão pagar parte substancial de um Aeroporto cuja vida útil se prevê ter um máximo de 20 anos.
Para ajudar a financiar este projecto o Governo pensa também alienar mais de 50% do capital da ANA, bem como privatizar a TAP Air Portugal, e conta ainda com 170 milhões de euros de fundos comunitários.
Claro que a construção do novo Aeroporto está a despertar o interesse de alguns grupos financeiros portugueses, de governos e empresas estrangeiras que antevêem chorudos lucros neste negócio.
Vista sumariamente a parte financeira debrucemo-nos agora sobre a parte técnica:
O primeiro problema do futuro Aeroporto da OTA consiste na existência de uma serra com 660 metros de altura que se situa no enfiamento da futura pista principal. É evidente que esta serra teria que ser devidamente terraplanada para permitir a utilização plena da pista.
O segundo problema consiste no perfil aerológico dos ventos dominantes, que diminuiria bastante o nível de segurança do novo Aeroporto.
O terceiro problema, no desmantelamento de cerca de 1100 hectares de terrenos arborizados, resultando daí a remoção de quantidades enormes de terras.
O quarto problema, também com gravidade, consiste que a totalidade do local do futuro aeroporto é todo ele alagadiço, e é atravessado por três ribeiras, o que dificultará ao máximo a necessária estabilização dos solos.
O quinto problema, situa-se em que os terrenos da OTA são compostos principalmente por areia, argilas e lamas, que terão que ser apoiados por “ colunas de brita”, solução como se sabe, muito difícil e bastante dispendiosa.
Assim se podem ver, pelo menos, cinco problemas de fundo que dificultam a localização e construção deste novo aeroporto, sem falar de outros problemas, que vão desde a necessidade óbvia dos combustíveis a ser transportados em camiões cisternas a partir dos depósitos de Aveiras.
De todo incompreensível esta atitude do governo em insistir levar por diante um novo aeroporto para a OTA, esquecendo também as repercussões negativas em termos turísticos e económicos na Área Metropolitana de Lisboa e Vale do Tejo, para além de que:
1 - O Aeroporto de Lisboa não tem a sua capacidade de expansão esgotada nem se prevê que a terá nas próximas dezenas de anos;
2 - O Aeroporto de Lisboa tem suficiente capacidade para ser ampliado;
3 - O Aeroporto de Lisboa é considerado um dos mais seguros da Europa;
4 - O Aeroporto de Lisboa serve o melhor desenvolvimento turístico e económico da Região Metropolitana de Lisboa e Vale do Tejo;
5 - O Aeroporto de Lisboa está situado numa localização estratégica optimizada para servir os superiores interesses da Região;
6 - O Aeroporto de Lisboa precisa apenas de diversificação em termos de cargas e voos de LOW COST para Aeroportos secundários da Área Metropolitana de Lisboa tais como Sintra, Alverca ou Montijo;
7 - O Aeroporto de Lisboa tem uma estrutura física e humana de grandes investimentos já efectuados, que precisam de ser protegidos e salvaguardados;
Por tudo isto, e face à política de verdadeiro desbarato dos nossos recursos económicos e financeiros que o governo PS tem praticado, e,…ao serem destinadas verbas do OE para o novo aeroporto, em prejuízo nítido de políticas de melhor e mais rentável investimento público, não podem os Trabalhadores Social Democratas de Lisboa – AML, deixar de criticar fortemente tais políticas, e sobretudo, a decisão de encerrar o Aeroporto de Lisboa.
Além disso os TSD/AML recusam liminarmente a política de facto consumado bem como denunciam o autismo do governo PS, e o seu autoritarismo, bem como eventualmente interesses menos claros que poderão estar por detrás desta decisão.
Finalmente, permitimo-nos perguntar, se não seriam melhor aplicados os 430 milhões de euros na remodelação e criação de novas escolas e hospitais bem como centros de saúde mais eficientes, especialmente nas regiões do País onde o nível etário das populações aí residentes é mais elevado?
Ou vai continuar o encerramento indiscriminado de hospitais, salas de parto, urgências médicas, escolas primárias, postos da PSP e GNR, etc. tornando o interior do País cada vez mais abandonado e desertificado?
Os TSD de LISBOA/AML estão inconformados e confiam que os portugueses repudiem claramente estas políticas através do seu voto nas eleições legislativas de 2009.
Os Trabalhadores Social Democratas de Lisboa/AML
RUA DA JUNQUEIRA, N.º 209 1300 – 338 LISBOA. TELEFONE 21 362 87 60 – FAX 21 362 86 95
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