Greve dos Camionistas
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Comunicado dos TSD
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"O Protesto dos Camionistas traduz o Sufoco das Classes Médias"
É um erro, que pode sair muito caro, o governo continuar a ignorar o protesto dos camionistas ou responder-lhe com a insolência que caracteriza a sua acção.
Os camionistas de mercadorias que protestam, são empresários individuais ou pequenos empresários, que vêm lutando com enormes dificuldades e que o agravamento do preço dos combustíveis nos últimos tempos apenas é a “gota de água” que fez transbordar o copo do desespero dessas pessoas.
Os TSD estão solidários com esses portugueses e compreendem as suas razões, muito parecidas com situações que afectam milhares de famílias – que tinham um padrão de vida razoável e hoje encontram-se na pobreza e na miséria – por terem caído no desemprego ou porque os encargos com o endividamento à Banca as arrastaram para a insolvência.
Porém, os TSD lembram que o protesto deve processar-se no respeito pela legalidade, especialmente não adoptando métodos violentos e respeitando a liberdade daqueles que eventualmente não desejem aderir à paralisação.
Os TSD têm vindo a chamar a atenção do governo para as crescentes dificuldades que as pequenas e médias empresas enfrentam, havendo necessidade de um programa de emergência, com apoios concretos a essa área do nosso tecido empresarial. Mas o governo PS sempre encarou com desdém essas empresas, em contraste com a sua atitude servil face aos grandes grupos económicos.
Os TSD consideram que não há razão para os combustíveis em Portugal serem substancialmente mais caros do que em Espanha. Os impostos sobre os combustíveis podem encher os cofres do Estado e das gasolineiras, mas arruínam a vida das famílias e das empresas mais pequenas.
A situação é muito grave, tem implicações nas empresas, no emprego e nas famílias, pelo que o governo, com discrição e sem alardes propagandísticos, deve chamar as gasolineiras e com elas encontrar, conjuntamente, uma fórmula que modere: os preços dos combustíveis aos consumidores; os lucros escandalosos das gasolineiras; e as receitas fiscais obtidas pelo Estado.
Lembre-se que a GALP, que ainda tem o monopólio da refinação do crude em Portugal, empresa onde o Estado detém uma posição importante, contribui fortemente para a constituição do preço dos combustíveis.
Os sacrifícios impostos às classes médias, cada vez mais depauperadas, são insuportáveis e, conjugados com o fenómeno arrepiante da pobreza, podem conduzir a uma crise social com dimensões imprevistas.
É tempo do governo PS arrepiar caminho, olhar para o País real e os problemas verdadeiros que afectam as pessoas e as empresas, e deixar de falar de um País virtual que só existe no imaginário do Primeiro Ministro.
Lisboa, 11 de Junho de 2008
O Secretariado Executivo
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